sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Aula para dia 13/11/2009

Olá galera. Passei mau hoje pela manhã, por isso não estarei na escola hoje. Sendo assin não haverá prova, contudo, deixo um trabalho valendo nota para os senhores de divertirem.

O Texto a baixo comenta um pouco sobre a situação da Aluna Geisy e sua minisaia, trata de um tema ético, ou seja, quem deve determinar a roupa que as outras pessoas ussam.

Portanto, é um texto que fala sobre respeito e tolerancia. Mesmo que não gostamos de algumas coisas, devemos respeitalas. O que como vimos não aconteceu no caso da garota. Enfim, vamos a atividade.

Com Base na leitura do texto e do conteudo do video, elabora uma resenha (10 linhas) manifestando sua opinião sobre o assunto, tendo em vista questões como ética, respeito, tolerancia e liberdade.

Observação: Em folha de bloco e individual para ser entregue no final da aula;

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O Caso Geisy Arruda ou como ser mulher no regime Talibã



Olá galera, saudações a todos. Muitas coisas importantes aconteceram essa semana que mereceriam destaque especial para serem avaliadas por nós. No entanto, vou escolher um assunto que já está pouco batido pela mídia nacional, inclusive vejam vocês pela mídia internacional. E o caso da estudante da Universidade Bandeirantes de São Paulo ou se preferirem ex-estudante de turismo Geisy Arruda e o seu micro-vestido.

Pois bem, a história todos já conhecemos. E imagino que tem chocado a maioria das pessoas fora da Universidade, no entanto, esse final de semana a reitoria da universidade decidiu em prol de sua investigação desligar a aluna de seu corpo Dicente. (vejam vocês que nome bonito para expulsão). Alegando que a mesma já fora advertida várias vezes sobre o fato de “freqüentar as dependências da unidade em trajes inadequados, indicando uma postura incompatível com o ambiente da universidade”.

Seria essa uma desculpa adequada se estivéssemos no Oriente Médio? Ou quem sabe na Inglaterra Medieval? Talvez em algum convento, escolas de freiras ou sei lá, mas em uma Universidade que tem como principio defender valores ligados a ética, a tolerância e sobre tudo aos direitos do cidadão e a liberdade individual? Então a vítima se torna réu, os culpados tornam-se vítimas e a injustiça e o preconceito prevalecem no país do futebol.



Não demorou para surgirem os primeiros protestos na Internet, na mídia inclusive em forma de pichação nos muros da universidade. A UNE, manifestou essa semana, declarando seu apoio a estudante e organizando uma manifestação em frente ao Campus da Universidade. O MEC pretende cobrar da Universidade um processo justo, onde a aluna tenha direito a legitima defesa. Fazemos nossa manifestação aqui também. Esse tipo de preconceito não pode mais ser tolerado.


A Universidade dá uma puta de um pisão na bola, depois de vários protestos e para tentar aliviar a fama de preconceituosa volta atrás em sua decisão e revoga a expulsão da academica.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Violência e Caoos na Cidade Maravilhosa,

Não foi precisso muito tempo após a escolha da sede das Olimpiadas de 2016 para estourar na imprensa mundial o principal problema do Rio de Jnairo, o trafico de drogas atrelado a violência. Nas ultimas semanas a cidade assistiu senas dignas de filmes de guerra civil, tiroteio, explosões, incendios e muitas mortes. O desafio está lançado. Como o governo vai solucionar esse problema atré 2016?

SEGUE ABAIXO TEXTO COMPLETO DA REVISTA EPOCA EDIÇÃO DE 26 DE OUTUBRO DE 2009.

O Rio em guerra

O ataque de traficantes a um helicóptero da PM e o flagrante de policiais roubando mancham a imagem da cidade e impõem uma questão: por que o Brasil não vence a violência?

Depois de ter sido escolhido sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro viu desabar seu discurso de paz. A cidade do futuro, das oportunidades, da Copa do Mundo, aquela que sonha com a grande virada, virou manchete de guerra, no Brasil e no exterior. Pela primeira vez na história dos conflitos em favelas, traficantes derrubaram um helicóptero da PM: três policiais morreram carbonizados. Quase 40 pessoas foram mortas nas ruas. Ônibus foram queimados.


Na mesma semana, a PM, ocupada em vingar seus heróis, viu a cara podre de policiais corruptos. “Marginais, criminosos e vagabundos”, nas palavras duras do governador do Rio, Sérgio Cabral. Um capitão e um sargento foram flagrados por câmeras roubando um par de tênis e uma jaqueta vermelha, furtados por assaltantes. A vítima, o coordenador da ONG carioca AfroReggae, ainda agonizava dentro de um banco quando a patrulha passou. Os policiais liberaram os assaltantes e confiscaram o furto para uso próprio. As imagens da vergonha foram gravadas e exibidas.


O Brasil avança na área social, tem uma economia estável e ganha respeito internacional. Por que não tem o mesmo sucesso no combate à violência? O que se pode fazer já para pacificar o Rio? ÉPOCA fez um diagnóstico dos principais desafios, ouviu especialistas. Um artigo exclusivo de Hugo Acero, um dos responsáveis pela pacificação na Colômbia, alinhava soluções já conhecidas pelos governos federal e estadual.


Sonho de turistas, símbolo do país no exterior, o Rio é também o ícone de nossa incapacidade de enfrentar o narcotráfico armado. A derrubada do helicóptero, com a morte de PMs no exercício do dever, e a prisão de dois policiais que envergonham a corporação são duas faces do mesmo problema e ilustram nossos maiores obstáculos no combate à violência com resultados consistentes.


Quem comandou a invasão do morro e o ataque aos policiais com uma metralhadora antiaérea foi um traficante beneficiado pelo regime semiaberto – apesar de já ter fugido da cadeia uma vez. Para evitar essas fugas anunciadas (de cada dez presos no Rio, oito são reincidentes), nossa legislação será revisada. A revelação é do ministro da Justiça, Tarso Genro, em entrevista a ÉPOCA. O governo federal prepara o fim da progressão de regime para grandes traficantes e o aumento de penas por tráfico. O projeto será encaminhado ao Congresso até o mês que vem. “Sou a favor da ausência de qualquer liberalidade. Enquanto não houver uma modificação desse tipo não teremos um combate efetivo”, disse o ministro. Em contrapartida, o governo também quer que os considerados pequenos traficantes cumpram penas alternativas. “O pé de chinelo acaba indo para a cadeia e faz ‘pós-graduação’ lá dentro”, afirma o ministro.

No jogo dos sete erros que vieram à tona com o caos instalado na Zona Norte do Rio no fim de semana passado, estão:

• uma polícia mal equipada usando um helicóptero parcialmente blindado;

• a eterna divisão entre Polícia Civil e Polícia Militar;

• somente os oficiais vestiam fardas anti-chamas, porque não há verba para os praças – que morreram carbonizados;

• um setor de inteligência que não conseguiu convencer seus superiores de que a invasão era iminente;

• uma corporação tão ineficiente ou corrupta que fecha os olhos para a movimentação de 150 bandidos, que percorreram 17 quilômetros com fuzis pela cidade sem que nenhum policial fizesse uma abordagem;

• falta de controle nas fronteiras: armas de guerra, fuzis, metralhadoras antiaéreas entram no país com destino aos morros. Alguns têm alcance de 2 quilômetros (ver o infográfico da página 60);

• falta de integração entre forças estaduais e federais.


O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, alertou sobre a necessidade de Brasília assumir seu compromisso no combate ao narcotráfico. O maior rigor na concessão de benefícios aos presos é uma das medidas sugeridas pelos especialistas ouvidos por ÉPOCA. Uma série de medidas práticas que devem ser perseguidas, como a reforma do Código Penal, que é de 1941, quando nem sequer existiam os celulares na cadeia; a criação de uma polícia de ciclo completo, que investigue e atue na prevenção; e a melhora nas condições de trabalho dos policiais. Imagine uma empresa na qual os funcionários só aparecem para trabalhar a cada três dias. Quando estão no trabalho, eles devem ficar acordados 24 horas seguidas. A polícia é assim. “Como não tem dinheiro para pagar salários decentes, os Estados fazem essa escala para permitir que o policial tenha outro emprego”, diz o antropólogo Luiz Eduardo Soares, ex-secretário nacional de Segurança.


A invasão do Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio, foi uma das maiores já vistas na cidade para tomar o controle de uma favela. Cerca de 150 homens, armados com 80 fuzis e incontáveis pistolas, foram mobilizados pelo Comando Vermelho (CV). O local é dominado pela facção Amigos dos Amigos (ADA), principal rival do CV. A quadrilha se dividiu em dois grupos e percorreu 17 quilômetros para chegar ao Morro dos Macacos sem ser incomodada pela polícia. Pelo menos dois caminhões-baús (usados para mudanças), nove carros e dezenas de motocicletas foram usados para o transporte. O tiroteio começou às 21 horas da sexta-feira dia 16. A quadrilha rival ofereceu pouca resistência, pois tinha apenas 13 fuzis no arsenal.


A madrugada do sábado dia 17 foi de terror. “Ficamos no chão do quarto. As crianças, assustadas, queriam sair de casa”, disse uma jovem, que pegou alguns pertences e foi dormir na casa de parentes, longe dali. Três jovens – Marcelo, Leonardo e Francisco – voltavam para casa depois de uma festa. Foram cercados por bandidos e executados a tiros em plena rua. A polícia interveio ainda de madrugada, e o tiroteio seguiu até as 10 horas da manhã. Os rapazes vinham de uma festa à fantasia, mas os tiros eram reais.

“Meu sonho é que o Rio, em 2016, não tenha mais territórios ocupados”
SÉRGIO CABRAL, governador do Rio


Um bandido acertou tiros no helicóptero Fênix, da Polícia Militar, e a aeronave, em chamas, fez um pouso forçado em uma favela vizinha. Dos seis policiais que estavam no helicóptero, dois morreram na hora e um terceiro morreu dias depois, no hospital. A queda do helicóptero e a morte dos policiais estimulou um sentimento de vingança na corporação. O presidente do Clube de Cabos e Soldados da PM do Rio, Jorge Lobão, ofereceu R$ 2 mil de recompensa a quem der pistas sobre o autor dos disparos que derrubaram o helicóptero. Lobão deu o número do próprio celular para receber as denúncias. No início da semana, dezenas de favelas do Comando Vermelho foram ocupadas, na busca dos responsáveis pelos disparos que mataram três policiais. Nenhum dos principais acusados foi encontrado pela polícia. Até a quinta-feira, somadas a guerra entre traficantes e a operação policial, já eram quase 40 mortos.


“Em nenhum lugar do mundo polícia estadual é encarregada de combater narcotraficantes. Ainda mais traficantes com fuzis importados que entram por nossas fronteiras e nossos portos”, diz o secretário Beltrame. “É o Estado do Rio que está ajudando o governo federal em algo que é compromisso de Brasília”


As trancas que impedem a ação da polícia são maiores do que as que prendem os bandidos nas cadeias. Uma simples compra pode se transformar num emaranhado burocrático por causa das exigências da lei de licitação e da participação do Exército, que deve dar seu aval na aquisição de cada equipamento considerado de “guerra”. Desde junho deste ano o governo do Rio tenta, sem sucesso, comprar 40 cabines blindadas para os policiais. Uma disputa judicial entre as empresas que concorreram na licitação de R$ 7 milhões emperra a compra. Se não houver decisão até novembro, a verba não poderá ser usada, já que acaba o prazo para a execução do orçamento. O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse a ÉPOCA que o Estado do Rio teve de devolver R$ 20 milhões ao governo federal por não conseguir gastá-los por causa de situações como essas. “Nos últimos três anos, o governo federal investiu no Rio R$ 421 milhões na área de segurança. Infelizmente, nem todo o dinheiro pôde ser usado”, diz. Genro afirma que algumas regras não podem mudar, como a exigência dos pareceres do Exército. “Se permitirmos um ‘liberou geral’, vamos ter exércitos regionais.”


Segurança é um tema que tira muitos votos e raramente vence uma eleição. “No início do primeiro governo Lula, houve a ideia de criar uma Secretaria de Segurança com status de ministério”, diz o ex-secretário nacional de Segurança José Vicente Silva. “Lula foi convencido de que acabaria sendo cobrado diretamente pelas questões ligadas à segurança.” Ela permanece subordinada ao Ministério da Justiça. No primeiro ano de governo, Lula reduziu em um terço a estrutura da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Cortou 33 cargos da pasta. No mesmo ano, foram criados 236 cargos na Secretaria Especial de Pesca. O Programa Nacional de Segurança Pública e Cidadania, principal ação do governo federal na área, porém, enfrenta críticas. “O Pronasci repassa recursos para prefeituras, que incluem programas de inclusão digital e bolsas de R$ 100 para ex-recrutas do Exército como combate à violência. Não existe uma definição clara do papel da Polícia Federal, por exemplo”, diz José Vicente.

Referencias e imagens: http://revistaepoca.globo.com/ pesquisado em 30/10/2009









quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Projeto Blog Cidadão


Ética e Cidadania são temas em alta no Brasil. Pelo menos em discussão, talvez não em prática. Contudo, são uma necessidade parra nossa sociedade, principalmente para nossos jovens. O grande desafio é como fazer com que os jovens despertem o interesse pela cidadania e guiem suas atitudes baseados em um padrão Ético.


A internet pode ser uma ferramenta para estimular a Cidadania em sala de aula. Não apenas como veículo de informação em tempo real, mas também como um espaço democrático onde os jovens, dentro da própria escola podem expressar suas opiniões e conhecer a opinião de outros jovens a respeito de questões cruciais para a sociedade brasileira.


Sites de relacionamentos como Orkut, Twitter, Face Book podem ajudar muito nisso, mas creio que os Blogs (moda entre políticos e famosos) são os meios mais fáceis para isso.


A partir dessa idéia, cada grupo de alunos deve criar um Blog, onde apresentaram suas idéias e debateram temas ligados a cidadania, sendo avaliado pela criatividade, produtividade e principalmente pela discussão com outros alunos e comentários deixados nos demais blogs.

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domingo, 30 de agosto de 2009

O Sonho de Pureza na Sociedade Pós-moderna

O ideal de Pureza é um sentimento constante, que tem acompanhado a história da Humanidade desde tempos imemoriáveis. O sociólogo Polonês Zygmunt Bauman faz uma analise bastante lúcida e crucial para entendermos o que realmente é o chamado “sonho de pureza”, ou para quem preferir “ideal de pureza”. Ideal esse, que para muitos se faz pressente avançando como nunca em tempos ditos “pós-modernos”. Para o Sociólogo, “a pureza é um ideal, uma visão da condição que ainda precisa ser criada, ou da que precisa ser protegida contra as disparidades genuínas ou imaginadas”. (BAUMAN, 1998). De forma resumida, um dos meus objetivos é através da obra de Bauman, analisar as atrocidades que ainda hoje se comete em nome do “ideal de pureza”.
Podemos entender a pureza como uma visão de “ordem”, ou seja, uma situação onde cada coisa se acha em seu devido lugar. Bauman argumenta ainda “que não há nenhum meio de pensar sobre a pureza sem se ter a imagem da ordem” (BAUMAM, 1998). Dito isso, podemos compreender o ideal de pureza como uma visão higienista de história, ou seja, uma proposta que visa manter tudo aquilo que for sujo, que estiver fora de ordem distante. Ao longo da história, muitas atrocidades foram cometidas em nome desse ideal.
Talvez o melhor exemplo que temos sobre o assunto foi justamente a “Solução final Alemã”. A perseguição aos Judeus (e as demais Etnias) desencadeada pelos nazistas pode ser comparada de forma grosseira ao “dedo do artista eliminando uma mancha em seu quadro”, dito de outra forma, retirar tudo aquilo que está fora de ordem, o que causa desarmonia, o que é feio ou sujo. Nas palavras de Goebbles (ministro nazista) o extermínio de milhões de Judeus comparava-se as mãos talentosas do jardineiro que retira as ervas daninhas de seu quintal. O Judeu significava o estranho, o sujo e, assim sendo, uma ameaça à ordem e a pureza. É certo que para além dessas razões há fatores políticos e econômicos que sempre estiveram em jogo em momentos como o Holocausto.
Mas hoje em dia? Meio século após o Holocausto, como se configura essa busca pelo “ideal de pureza”? Será que ela realmente atravessou os tempos e continua em pleno século XXI? Em nosso mundo Pós-moderno, rodeado de estilos, tendências e padrões de vidas livremente concorrentes, onde o homem se vê diante de um leque de possibilidades. Possibilidades essas impulsionadas pelas leis do consumo, possibilidades ditadas para o mercado consumidor. Oras, em um mundo pós-moderno, tudo é mercadoria, e o que não é, está sendo transformado em mercadoria.O homem está entregue à própria sorte diante das várias possibilidades e sentimentos que o mundo pós-moderno consumista lhe proporciona, porém há um contra-senso nessa linha de raciocínio, a saber, o acesso a essas possibilidades está restrito a maioria das pessoas.
São inúmeros os autores que apontam o problema. As leis do mercado dividiram o mundo em dois lados distintos, os consumidores e os outros. O rastro de pobreza e destruição deixados ao longo de pelo menos dois séculos de desenvolvimento predatório se mostram praticamente irreversíveis. A exploração capitalista tem causado danos gravíssimos ao meio ambiente, provocando alterações climáticas e a morte de milhares de pessoas, nada tem sido feito a esse respeito, ou muito pouco. O modelo de desenvolvimento adotado pelas grandes potências tem como base de apoio a exploração dos menos desenvolvidos, portanto a pobreza dos países em desenvolvimento é condição sine qua nom para o progresso dos países ricos.
Mas, no entanto, alguma coisa está dando errado. A Pobreza e a miséria estão alcançando números preocupantes, principalmente ao final do século XX e inicio do século XXI. A Pobreza não tem mais região, não é mais problemas dos países ao sul do globo, ela está no centro das grandes cidades, está em Nova Iorque, estava lá, nas ondas de violência civil na França, está na ameaça presente de atentados terroristas. Esse triste quadro nos ajuda a compreender onde está o “ideal de pureza” em nossa sociedade. Tudo aquilo que está de fora do sistema econômico, o que não trabalha, o que não produz, e sobretudo, quem não consome representa a ameaça, a sujeira, o diferente o perigo. Aquilo que precisa ser eliminado urgentemente para o bem de todos. Ergue-se uma nova bandeira. A bandeira da lei e da ordem e, em nome disto todas as atrocidades poderão ser novamente legitimadas. Nils Christe, ao analisar a situação, escreve que:

Não há quaisquer limites naturais. A industria lá está. A capacidade lá está. Dois terços da população terão um padrão de vida enormemente acima de qualquer um encontrado (...) Os meios de comunicação de massa prosperam relatos sobre os crimes cometidos pelo terço restante da população. Governantes são eleitos com a promessa de manter o perigoso terço atrás das grades. (Ideal de Pureza) (CHIRSTE, 1993).

O extermínio do terço da população deixado de lado, provavelmente nunca irá acontecer a exemplo do Holocausto, exceto a parte que morre nas ruas todos os dias vitimas dessa pobreza causada pelo capital, ou as vítimas das guerras que acontecem por motivos estritamente econômicos. Outra grande parte será trancada em prisões e em manicômio (instituições totalizantes) por representarem um perigo a essa ordem e a essa lei guiadas ainda em nome desse “ideal de pureza”. Exemplos disso nossa história recente está cheia, começaremos pelo assassinato do Índio Patachó em Brasília, o massacre ocorrido no casa de detenção Carandiru, aquelas pessoas não eram nada mais do que aquilo que representava o perigo. Do ponto de vista da ordem era necessário a morte deles, ou apenas não fariam falta. Todas as chacinas que aconteceram e ficaram impunes os culpados, certamente há um motivo maior para isso.
Que outras justificativas podemos encontrar no fato de prefeituras como a de São Paulo (PSDB), estarem jogando os sem tetos para fora de prédios abandonados no centro da cidade e largando essas pessoas nas periferias? Que outro motivo teria o prefeito José Serra para cancelar praticamente todos os programas sociais da prefeitura que visavam beneficiar os moradores de ruas, e os sem tetos que habitavam edifícios abandonados, cujo os donos devem milhões em impostos à prefeitura que nunca vão pagar. Por que abandonar todas essas pessoas e devolver os prédios aos maiores devedores da prefeitura? O motivo é claro, reconstruir o centro de São Paulo apenas para as classes altas, deixando todo o resto da população apodrecendo na periferia da cidade, sem qualquer tipo de assistencialismo, completamente abandonados à própria sorte, nada de saúde, nada de educação, nem mesmo a televisão para denunciar a triste condição que essas pessoas se encontram. Uso o exemplo de São Paulo, por ser mais próximo a nós, mas não nos enganamos, políticas publicas que jogam cada vez mas os pobres para as periferias estão presentes em quase todos os lugares que ficamos atentos a isso.

sábado, 18 de abril de 2009

Obama e Chávez

Obama recebe presente de Chávez em Cúpula da OEA

Líder da Venezuela deu livro sobre exploração da América latina com dedicatória: 'Para Obama, com afeto'.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu neste sábado um livro de presente do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante a reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Trinidad e Tobago.
"As veias abertas da América Latina", escrito pelo uruguaio Eduardo Galeano, foi entregue pessoalmente por Chávez a Obama, antes do início da sessão plenária da 5 Cúpula das Américas, que acontece em Port of Spain.
Como dedicatória, Chávez escreveu "para Obama, com afeto".
A obra, lançada em 1971, trata da exploração pela qual passaram os países latino-americanos e da extinção dos povos que habitavam a região.
O livro foi entregue durante uma reunião entre o presidente dos Estados Unidos com os 12 países que formam a Unasul - União de Nações Sul-Americanas, grupo criado em 2008 e do qual o Brasil faz parte.

Não é novidade para ninguém a postura que os EUA tratam os paises da América Latina. Qualquer um que estudou um pouco mais de história conhece a situação que enfrentou paises como Cuba e Niguaragua em meados dos anos de 1960.. A Venezuela tem tido um papel de destaque nesse cenário, como uma liderança contra o avanço do império Norte americano em nosso continente. Principalmente depois do golpe fracassado armado pela Cia em 2002, muito bem relatado no documentário da televisão inglesa “A Revolução não será televisionada”. Dês de então Hugo Chávez fala abertamente contra os Estados Unidos, certa vez referenciou o presidente Bush como sendo o próprio Demônio.

Há algum tempo atrás, antes do escândalo com as FARC’s e a tensão entre Venezuela e Colômbia, muitos analistas internacionais argumentavam que vivíamos o melhor momento para a consolidação de um bloco latino americano que pudesse fazer frente contra o poder da União Européia, da China e dos Estados Unidos. Esse momento não chegou, e tal debate foi adiado inúmeras vezes. Muitos fatores levaram a isso, e um deles certamente foi as eleições americanas.

De certa forma, a figura de Obama e a crise mundial reacendem esse debate, o gesto de Chávez ao presentear Obama evidencia ainda mais suas intenções, e as intenções que deveriam ser de toda a América latina. Dito de outra forma, vejo ai uma maneira de mostrar para Obama e para o império que a América latina está reagindo, que definitivamente entendemos que o atual sistema internacional tem sido um fracasso, que a influencia dos EUA em nossos governos tem apenas nos atrasados diante do “sistema mundo”. E que políticas como as adotadas contra Cuba não fazem mais o menor sentido. Tanto é que o próprio fato de Obama sentar para discutir o assunto é sinal de que ele pensa parecido com isso. No entanto, é preciso que Raul Castro abra mão de algumas “arregalias”, ou seja, que ele ceda a algumas exigências norte americanas, principalmente as que fazem menção a democratização do estado Cubano.

Para finalizar, vejo o gesto de Chávez como um amadurecimento político, buscando o diálogo, tentando sensibilizar Obama e, sobre tudo, mostrar que não é nenhum monstro como a mídia internacional e o ex-presidente Bush pintaram sua imagem. Na melhor das hipóteses, ter Obama como um possível aliado da América latina (coisa que duvido) ou no mínimo, auxiliar os amigos cubanos na busca de uma maior participação no mercado internacional. Seja como for, só temos a ganhar com essa atitude.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O que é a Sociologia?


A sociologia, assim como a História, a Geografia, a Economia, a Psicologia, a Antropologia e as Ciências Políticas pertencem a um leque comum de disciplinas, denominada de “Ciências Socias”. Embora cada disciplina possua sua própria área de estudo, muitas vezes fica difícil separarmos umas das outras. A essas disciplinas podemos chamar de Ciências Humanas ou Ciências Naturais.

É difícil buscar uma denominação para a Sociologia, devido a sua abrangência acadêmica, no entanto, podemos resumidamente defini-la como; “uma ciência moderna, nascida da sociedade moderna para responder aos problemas sociais da modernidade”. Por simples que parece eis ai uma definição bastante ampla. Oras, como problemas sociais da modernidade, podemos entender muitas coisas, assim sendo, a sociologia não é apenas a ciência que estuda a sociedade, mas sim o estudo minucioso da vida do ser humano em sociedade, as relações que mantemos com outros seres humanos, com a natureza, e com nós mesmos. Diante disso, podemos incluir na área de estudo da sociologia, temas como; o esporte, a sexualidade, o casamento, a juventude, política, ciência e tecnologia, cidadania entre outros.

A sociologia é fruto de uma longa evolução nas disciplinas do conhecimento humano, e hoje seu ensino é obrigatório em praticamente todas as escolas de Ensino Médio do País, nesse pequeno artigo pretendo esboçar a sua importância para a vida do estudante secundarias. Muitos autores defendem a tese de que “se é imprescindível dominar a informática e todas as novas tecnologias para uma colocação qualificada no mercado de trabalho, também se faz necessário, no universo educacional, problematizar a vida do próprio aluno, sua existência real num mundo real, com suas implicações nos diversos campos da vida: ético-moral, sociopolítico, religioso, cultural e econômico”. E conclui que “a volta das disciplinas humanísticas – Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia, entre outras – tem muito a contribuir com a formação do jovem naquilo que lhe é mais peculiar: o questionamento. Desmistificando ideologias e apurando o pensamento crítico das novas gerações, poderemos continuar sonhando, e construindo, um país, não de iguais, mas justo para mulheres e homens que apenas querem viver”.

O conhecimento Sociológico se faz importante, na medida em que, serve para fazer a ligação entre vários outros tipos de conhecimento, e mais que isso, a educação deve conter esse aspecto de permitir o confronto de diferentes perspectivas e que é por excelência o que faz a sociologia.

Para a Antropóloga Cristina Costa “o conhecimento sociológico é mais profundo e amplo do que a simples formação técnica – representa uma tomada de consciência de aspectos importantes da ação humana e da realidade na qual se manifesta. Adquirir uma visão sociológica do mundo ultrapassa a simples profissionalização, pois, nos mais diversos campos do comportamento humano, o conhecimento sociológico pode levar a um maior comprometimento e responsabilidade para com a sociedade em que se vive” (Sociologia – introdução à ciência da sociedade, Cristina Costa, Editora Moderna, 1997).


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Meio Intelectual, meio de esquerda

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso frequento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de cento e cinqÿenta anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de cento e cinqÿenta anos, mas tudo bem). No bar ruim que ando freqÿentando ultimamente o proletariado atende por Betão - é o garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas, acreditando resolver aí quinhentos anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. - Ô Betão, traz mais uma pra a gente - eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte dessa coisa linda que é o Brasil. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte dessa coisa linda que é o Brasil, por isso vamos a bares ruins, que têm mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gâteau e não tem frango à passarinho ou carne-de-sol com macaxeira, que são os pratos tradicionais da nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gâteau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, gostamos do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne-de-sol, uma lágrima imediatamente desponta em nossos olhos, meio de canto, meio escondida. Quando um de nós, meio intelectual, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectuais, meio de esquerda, freqÿenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqÿentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqÿentado por artistas, cineastas e universitários e, um belo dia, a gente chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e, principalmente, universitárias mais ou menos gostosas. Aí a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqÿentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevette e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo. Os donos dos bares ruins que a gente freqÿenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantêm o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam cinqÿenta por cento o preço de tudo. (Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato). Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se dão mal, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão Brasil, tão raiz. Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda em nosso país. A cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelos Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gâteau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda que, como eu, por questões ideológicas, preferem frango à passarinho e carne-de-sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca, mas é como se diz lá no Nordeste, e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o Nordeste é muito mais autêntico que o Sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é bem mais assim Câmara Cascudo, saca?). - Ô Betão, vê uma cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?