quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Rapidinhas do ENEM

Bom povo, como vocês já sabem a prova do Enem não costuma pegar as noticias mais quentes do ano ao invés disso eles preferem trabalhar em cima de conceitos, de temas que estão em alta no momento.

Nesse sentido, podemos destacar 4 temas que estão em alta, com grandes possibilidades de serem explorados pelos redatores da prova. São os seguintes:

  • · Biocombustíveis e o papel deles na sociedade;
  • · A crise dos alimentos, a alta nos preços e os países que mais sofrem com sua escassez;
  • · Direitos humanos, com um olhar voltado a questão chinesa;
  • · Separatismo, principalmente ligados aos atuais conflitos entre Geórgia e Rússia, e a questão do Tibete em relação a China.

O que devemos saber sobre cada um deles;

Biocombustíveis; primeiramente é importante saber que não se trata de um assunto novo. No Brasil já vem se discutido isso dês dos anos de 1980, principalmente com a criação do Proálcool, programa que ficou esquecido por muitos anos e foi retomado recentemente pelo governo Lula. O Brasil vem se destacando com grande produtor dessa forma de combustível, bem como líder tecnológico no assunto. A extensão de nosso território e o clima propicio ao cultivo de algumas culturas facilitam o processo. Entre elas podemos destacar: cana-de-açúcar, Mamona, Soja, Dendê, Girassol entre outros.

Na década de 1990 quando entra em discussão a questão do desenvolvimento sustentável, os bicombustíveis despontaram com uma solução viável afim de regular as emissões de CO2 na atmosfera, cumprir o pacto de Kyoto, ainda por cima representar um elemento de desenvolvimento econômico e tecnológico para os países que os adotarem. Contudo, a idéia não foi bem aceita, sofrendo criticas e restrições das potencias petrolíferas e das grandes transnacionais do petróleo.

Atualmente a produção de biocombustível vem deixando de ser vista como um mocinho e passando a ser uma espécie de vilão na sociedade ocidental. Sofrendo duras acusações dos E.U.A, União Européia, ONU, Fmi e da FAO. Segundo essas entidades o avanço das lavouras de biocombustível cresce na medida em que as lavouras de alimento diminuem no mundo, sobre tudo no Brasil. O Governo brasileiro se defende das acusações dizendo que nossas lavouras de biocombustível crescem por áreas improdutivas de clima semi árido como é o caso da cultura da cana-de-açúcar.

A crise dos alimentos: No mês passado o mundo assistiu atento a uma série de revoltas populares ocasionadas pelo aumento no preço dos alimentos. Tal aumento foi provocado por um fator bastante simples, a ausência de mercadoria. Entre os pais que apresentaram as piores ondas de revolta, podemos destacar: México e Argentina na América, Marrocos, Mauritânia, Senegal, Guiné, Costa do Marfim, Camarões, Moçambique e Egito na África, Lêmen no Oriente Médio e por ultimo Bangladesh, Uzbequistão, Indonésia e Mongólia na Ásia.

O Brasil passou ileso a essa crise graças às medidas preventivas do governo, como a suspensão de exportações de gêneros alimentícios, assim como fizeram outros países como a China e o Vietnã. Contudo é importante buscar uma resposta para os motivos que levaram o mundo a essa crise.

Para entendermos melhor, é importante saber que esse tema está diretamente ligado ao primeiro. Para muitos analistas a crise nos alimentos está diretamente ligada a produção de Biocombustíveis, na medida em que um países como os Estados Unidos está direcionando parte da produção de grãos como a Soja e principalmente o Milho para a produção de combustíveis, em especial o álcool. Enquanto no Brasil antigas plantações de alimentos como feijão e o arroz estão dando lugar a plantações de cana-de-açúcar pelo mesmo motivo.

Contudo para alguns especialistas colocar a culpa no biodiesel é tampar o sol com a peneira. Para o Prfª José Maria Silveira da UNICAMP, temos que considerar outros fatores como a entrada no mercado consumidor cerca de 500 milhões de pessoas oriundas da Índia e da China que desviaram o fluxo de alimentos no mundo, bem como o protecionismo do mercado estadunidense e europeu aos produtos do terceiro mundo, além da falta de desenvolvimento tecnológico das atividades agrícolas. Por ultimo temos também a tendência dos pais de primeiro mundo produzirem apenas produtos agrícolas de luxo, como vinhos e cereais em lugar de alimentos.

Papel do Brasil: o Brasil exerce um papel de destaque nesse cenário, por ser a única das grandes potencias agrícolas (China, E.U.A, Índia, Rússia e França) a possuir terras agricultáveis que ainda não foram exploradas. Terras que não precisam avançar sobre a floresta Amazônia ou atlântica, tratando-se de áreas de pecuária improdutivas. Contudo, para isso precisamos de governos inteligentes.

Os próximos dois temas acompanhem nos links postados ao lado da pagina.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Sobre o "Geitinho" brasileiro

Título sugestivo para algumas reflexões sobre os costumes mais populares da exuberante cultura brasileira. Ninguém sabe ao certo como ela começou. Vários são os teóricos que arriscam alguns palpites, entre eles destaco com todo carinho Gilberto Freyre, Gilberto velho, Raymundo Faoro entre outros. Perguntavam-se esses homens sobre as origens da cultura e do pensamento político do povo brasileiro. Entre várias teorias que surgiram, todos são unânimes ao dizer que o brasileiro é resultado da junção de vários povos, com uma cultura única caracterizada por um “geitinho” brasileiro.

“Geitinho” brasileiro que está presente em nosso dia-a-dia, na maneira como resolvemos nossos problemas e, sobretudo, como vemos o mundo ao nosso redor. Carregado de pragmatismo e muita simplicidade. É mais ou menos assim: “Se não tem ninguém vendo, ta valendo”, ou como diria o poeta “se não tem juiz, não existe jogada fora da lei. Também temos a péssima mania de reclamar de tudo, brasileiro é chato mesmo. Na hora de reclamar, todo mundo ergue a mão, mas na hora de ajudar, fazer melhor é quem mais pode se escapar. Ai fica assim, uma droga e todo mundo faz de conta que ta legal, é a tal da mediocridade.

Vejamos o exemplo. Brasileiro que é brasileiro fala mal de político. Está no sangue. Na maioria das vezes, com razão é claro. Até por que a corrupção é cíclica, sistêmica e poucas vezes escapamos ilesos a ela. Mas como disse um amigo meu: “político não nasce do chão, vem da comunidade, das bases populares ou do alto empresariado”. Portanto, cabe a nós pensar se esses indivíduos tornam-se crápulas apenas quando assumem o poder, ou antes disso. Se me permitirem um palpite, creio que antes disso. Está no “geitinho” brasileiro ser corrupto ou corruptor, furando fila, aceitando propina, vendendo o voto, saindo sem pagar, furando o sinal, dirigindo bêbado, “colando”, copiando trabalho da internet e por ai vai. Seja como for, se quisermos uma melhora significativa em nosso país, temos que realizar algumas mudanças. Começando pela base, pela nossa cultura deixando esse “geitinho” brasileiro de lado.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sobre como voltar no tempo.


O brasileiro tem a tendência de esquecer todas as coisas que nunca poderia. Querem um exemplo clássico ou um histórico sobre o que estou falando? Pois bem darei os dois. Começarei com o clássico. Reeleição do ex-presidente Fernando Collor de Melo, os vários mandatos de Maluf como prefeito ou deputado de São Paulo. Centenas de políticos acusados de corrupção, tráfico de influencia, e até mesmo acusações mais pesadas se reelegem o tempo todo e por todos os lugares do país.

Vamos ao histórico. No ano de 1964 tem inicio a parte mais podre da história brasileira. O Regime militar. Em 1968 com a decretação do AI-5 os direitos civis e a liberdade de expressão passaram a ser drasticamente violentados pelo governo. Qualquer pessoa poderia ser acusada de traição e ter sua prisão decretada. Paralelo a isso, sofremos com a censura. Chegou ao absurdo de que cada artista famoso seja músico ou poeta receber um dicionário que continha as expressões que não poderiam ser usadas nunca em uma obra artística. Toda produção intelectual ou artística passava pelo crivo dos militares que decidiam se poderia ser publicada ou não, após fazer algumas modificações é claro.

Hoje parece que estamos voltando a isso. A liberdade de expressão e o uso dos veículos comunicativos estão sendo restritos pelas autoridades. Sobre o falso pretexto de proteger o publico de propagandas eleitoreiras grosseiras. Não se pode falar de política e eleição na internet, não se pode fazer uso de mecanismos democráticos como blogs e sites de relacionamento para discutir política. Para, além disso, até mesmo um desfile de 07 de setembro, momento onde comemoramos o ponto máximo de ser viver em uma não livre sofrerá com a censura esse ano. Todos os participantes deveram apresentar o conteúdo de seu desfile aos organizadores com antecedência para poderem desfilar.

As atrocidades do governo militar, a censura de outras épocas, e a violação de nossos direitos são coisas que não podem jamais serem esquecidas. Pois se esquecermos disso, é possível que elas voltem a acontecer.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Sobre a Inversão do Futebol


Há muito tempo atrás no Brasil era assim: Bom jogadores aposentados iniciavam a carreira de treinador em clubes pequenos, conforme mostrassem sucesso , conquistassem títulos eram chamados ou contratados por clubes maiores, podendo chegar até mesmo na direção da seleção, que a muito tempo atrás era a melhor do mundo. O mesmo acontecia com os jogadores, começam de baixo em clubes pequenos, passavam para os grandes clubes nacionais, muitas vezes jogavam na Europa até chegarem na seleção brasileira, que como já disse costumava ser a melhor do mundo.

Já não vivemos mais nessa época. Hoje ex-jogadores já iniciam a Carrera de técnico a frente da seleção, sem ao menos ter ganhado um titulo se quer. Os jogadores devem mostrar um bom resultado na seleção brasileira para os dirigentes de clubes europeus saberem se devem contratar ou não. Está tudo invertido. Os grandes patrocinadores transnacionais é quem decide quem joga e quem fica no banco, até mesmo a hora da substituição é com eles.

Enquanto isso o povo brasileiro, amante do esperte, cheio de esperança, que não desiste nunca, para o trabalho, tranca as escolas, acorda de madrugada, perde dinheiro para ver o sonho de ser campeão olímpico ser jogado fora, para ver a copa do mundo ser jogada fora. E tudo isso por quê? Para atender interesses políticos de dirigentes retrógados, para dar lucro a grandes empresas transnacionais, ou para deixar mais algum jogador de 20 anos milionário? Seja o que for o interesse do brasileiro é abandonado, sucateado enquanto os perderes voltam para a Europa e ganham milhões em euros, o treinador continua como se nada tivesse acontecido.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Sobre "boca aberta" e inconvenientes.

É inconveniente morar em um país de 180 milhões de pessoas, onde a maioria delas é analfabeta ou semi analfabeta. È inconveniente morar em um país que manipula esses dados, e considera como alfabetizado o cidadão que escreve apenas o próprio nome. Mais sejamos realistas, o inconveniente não é a pessoa analfabeta e sim as relações de poder e dominação que asseguram que o mecanismo do analfabetismo perpasse séculos após a colonização.

É inconveniente morar em um país que se julga livre, enquanto se mantém acorrentados as mazelas do sistema internacional, seguindo normas e regras que o servem apenas para cada vez mais nos distanciar de um futuro promissor. Isso é partindo do pressuposto que coisas desse gênero ainda possam existir em nosso mundo. O fato é simples, é foda.

Foda é dar duro, acordar cedo, ler dezenas de livros, passar 5 anos na faculdade (se privada pior ainda) escrever textos preparar aulas, acreditando que o futuro do país passe diretamente por uma educação de qualidade e para todos. Sabendo que a maioria das escolas encontra-se sucateadas, sem materiais adequados, sem recursos audiovisuais.

Mais como nada é tão ruim que não possa piorar, as coisas pioram. Pioram quando a escola está inserida numa comunidade que não a valoriza, que não faz a sua parte. Simplesmente larga seus filhos a responsabilidade da escola e dos professores. O que por si só já é problemático torna-se pior quando o estudante não reconhece seu papel como estudante. Coisa típica de países sub desenvolvidos.

Agora o que de fato é inconveniente quando se mistura todos esses problemas enumerados acima com um Estado que é omisso. Um Estado que cria leis que legitimam a ação de pessoas mal intencionadas, criminosos de todas as espécies e para além disso, obriga a escola a aceitar todos os alunos que querem estudar. Opa! Errei desculpa, vamos tentar novamente. Obriga a escola a aceitar todas as pessoas, mesmo as que não querem estudar e vão para lá apenas para avacalhar. São os populares “boca aberta”.

O “boca aberta” é um aluno que não vem de um estrato social distinto, podendo ser das classes mais altas como das classes menos favorecidas. O que o distingue dos demais é a ausência de noção de futuro, ou o simples fato de querer ferrar com tudo. Esculhambando assim o trabalho da escola, com o desenvolvimento intelectual e cultural dos demais alunos e, (agora sim muito inconveniente) contribuindo com a permanência de políticos “boca abertas” no poder.

Mais uma eleição está chegando, novos políticos viram, dinossauros permaneceram, “bocas abertas” de todas as espécies estarão à solta. O que não muda vai ser a escola mesmo. E se a escola não mudar, o resto continuara como está. Está na hora da sociedade devolver o papel que a muito foi tirado da escola, e reconhecer que a educação não é um gesto de amor como queria Paulo Freire e outros pedagogos, mais sim um ato político, de responsabilidade e poder (empoderamento), que deve ser atribuído a pessoas que estejam interessados nisso, que valorizem o futuro e corram atrás dele. Mesmo por que a escola não pode ser encarada como uma prisão. Enquanto obrigarmos todos a permanecerem na escola, a educação brasileira só vai piorar. Escola é para pessoas responsáveis e não para “bocar aberta”.