terça-feira, 12 de outubro de 2010

O jeitinho brasileiro e a corrupção nossa de cada dia.

A questão da identidade do povo brasileiro é uma discussão que caracterizou boa parte do pensamento social brasileiro nos últimos 100 anos. Afinal de contas um país tão grande territorialmente e formado por diversos povos e etnias não pode ser tão facilmente conceituado. Perguntas como, quem é o brasileiro de verdade? Foram temas de vários livros e demais publicações. Evidentemente existem várias respostas para essa questão. Há quem diga que o brasileiro de verdade seja o indígena, visto que esses estiveram aqui muito antes da colonização, existem os que pensem que seja o descendente de português, ou mesmo os catarinenses que posam pensar que o brasileiro de verdade é o alemão, ou o italiano.

O Antropólogo Roberto Damatta é um dos principais expoentes desse debate. No seu livro o que faz do brasil Brasil, ela aborda a temática inicialmente fazendo a distinção entre 2 Brasis. Um Brasil com “b” minúsculo, referência a um tipo de arvore, a um objeto, e a um Brasil com “B” maiúsculo que “é país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente, e também casa, pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única, totalmente sagrada” (DAMATTA, 1985). Sobre que é o povo brasileiro o autor é categórico ao falar que, O Brasil é o brasileiro é qualquer um nascido no Brasil, seja esse índio ou descendente de alemão, negro ou neto dos imigrantes do “Kasato Maru”.

Dito isso, podemos entrar no tema central desse trabalho, o “jeitinho brasileiro”. Por definição podemos dizer que trata-se de uma forma de navegação social tipicamente brasileira, onde o indivíduo pode utilizar-se de recursos emocionais, apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, recompensas, promessas, dinheiro, para obter favores para si ou para outrem. Podemos enumerar situações onde isso ocorre:

a) Pagamento de taxa, para ser aprovado no exame para tirar a carteira de motorista, mesmo não sabendo dirigir com segurança.

b) Dar dinheiro para o guarda de trânsito anular a multa. Normalmente, para não ser preso, usa-se a frase "tem como dar um jeitinho", uma vez que esta não é considerada suborno.

c) Deixar tudo pra última hora: pagamentos, inscrições, responsabilidades.

d) Considerar que o Honesto é um paspalho e que o Malandro é o bom e achar que a Honestidade deve ser combatida com desprezo e a corrupção "se dar bem" louvada como estilo de vida.

A sociologia brasileira busca explicar esse fenômeno, e são várias as explicações possíveis, no entanto, atribui-se destaque ao trabalho de Antonio Callado e Sérgio Buarque de Holanda que definem o homem brasileiro como o “O homem cordial”. Cordial no sentido clássico de agir pela emoção e não pela razão, valorizando dessa forma sempre o lucro pessoal. Damatta atribui o jeitinho brasileiro a dois fatores diferentes, primeiramente o que o autor chama de “pode e não pode”, ao comparar a cultura brasileira com a norte americana ele chega a conclusão que em países com uma cultura democrática mais consolidada, existe o “pode ou não pode” dessa forma um respeito às leis. Por outro lado no Brasil ele reconhece a existência de um “pode e não pode”, sendo que esse “e” no imaginário popular relativiza o valor do não, ou da proibição, permitindo a existência de uma maneira de burlar as regras e se favorecer.

Por fim Damatta chama a atenção para uma prática muito comum na história do Brasil, que perdurar dês dos tempos da colônia até hoje, o famoso carteiraso ou, “você sabe com quem está falando?”. Segundo ele a prática de se apropriar de um cargo público, ou de relações de amizade e parentesco com outros para tirar vantagem própria esta presente em nosso dia-a-dia. Para piorar argumenta o autor que por mais que essa prática nos cause indignação, a maioria das pessoas já fez uso dela.



Um comentário:

Anônimo disse...

alunos:alana, Carla, Fernando.
2ano not.

1.A Sociologia surgiu, como uma tentativa de corrigir os problemas sociais que as duas grandes revoluções causaram.

2.Os anos passaram e a ciencia, da conta de resolver uma serie de questões ligadas ao mundo natural, alguns exemplos ; A cura de algumas doenças, tratamento de agua e esgoto, o surgimento de maquinas e mecanismos industriais, a invençao dos navios e locomotivas, insdustrias de material pesado, e outros avanços, diante desses fatores a ciencia passou a ter maior credibilidade, sendo que antes era da religião.

3.A Sociologia surgiu como uma diciplina, a ciencia e a razão era os principais lemas, a assim subdividilas como uma forma de organizaçao social.

4.O Sentido era de que a ciencia e a razao estavam caminhando juntas e assim teria que haver uma organizaçao maior, e para isso era necessario restaurar a ordem social, perdidas com as revoluções.

5.Sao as influencias positivas, como o exemplo citado no texto:
ORDEM E PROGRESSO! tinha que "caminhar" avançar, no caso e ao mesmo tempo "caminhar em ordem".