quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sobre como voltar no tempo.


O brasileiro tem a tendência de esquecer todas as coisas que nunca poderia. Querem um exemplo clássico ou um histórico sobre o que estou falando? Pois bem darei os dois. Começarei com o clássico. Reeleição do ex-presidente Fernando Collor de Melo, os vários mandatos de Maluf como prefeito ou deputado de São Paulo. Centenas de políticos acusados de corrupção, tráfico de influencia, e até mesmo acusações mais pesadas se reelegem o tempo todo e por todos os lugares do país.

Vamos ao histórico. No ano de 1964 tem inicio a parte mais podre da história brasileira. O Regime militar. Em 1968 com a decretação do AI-5 os direitos civis e a liberdade de expressão passaram a ser drasticamente violentados pelo governo. Qualquer pessoa poderia ser acusada de traição e ter sua prisão decretada. Paralelo a isso, sofremos com a censura. Chegou ao absurdo de que cada artista famoso seja músico ou poeta receber um dicionário que continha as expressões que não poderiam ser usadas nunca em uma obra artística. Toda produção intelectual ou artística passava pelo crivo dos militares que decidiam se poderia ser publicada ou não, após fazer algumas modificações é claro.

Hoje parece que estamos voltando a isso. A liberdade de expressão e o uso dos veículos comunicativos estão sendo restritos pelas autoridades. Sobre o falso pretexto de proteger o publico de propagandas eleitoreiras grosseiras. Não se pode falar de política e eleição na internet, não se pode fazer uso de mecanismos democráticos como blogs e sites de relacionamento para discutir política. Para, além disso, até mesmo um desfile de 07 de setembro, momento onde comemoramos o ponto máximo de ser viver em uma não livre sofrerá com a censura esse ano. Todos os participantes deveram apresentar o conteúdo de seu desfile aos organizadores com antecedência para poderem desfilar.

As atrocidades do governo militar, a censura de outras épocas, e a violação de nossos direitos são coisas que não podem jamais serem esquecidas. Pois se esquecermos disso, é possível que elas voltem a acontecer.

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